Hoje fiquei um pouco pensativo sobre a vida na verdade sobre o fim da vida. Como sempre procuro fazer quando pensamentos insistentes me afligem, eu escrevo. Transformo meus pensamentos em palavras e agora não poderia ser diferente.
Eu gostaria que à medida que fosse lendo, parasse e pensasse, tentando escutar o silêncio a sua volta.
Já parou por um minuto pra tentar ouvir a vida? Vamos tentar fazer isso. Enquanto você lê este texto, tente imaginar quantas pessoas existem no mundo. Tente imaginar o que cada uma está fazendo nesse exato momento. Pense em quantas pessoas estão nesse momento trabalhando. Feche os olhos e imagine uma rua muito movimentada com carros passando de um lado pro outro, pessoas andando com pressa para todas as direções, cada um com seu pensamento, cada um com suas obrigações e responsabilidades, cada um com sua vida. Agora imagine quantas pessoas estão se amando no mundo. Feche os olhos mais um pouco e viaje por cima dos prédios olhando as janelas. Veja um casal se amando e dando inicio ao que daqui a nove meses será uma pessoa. Agora imaginem milhares de casais fazendo o mesmo. Pense nos milhares de bebês que estão nascendo em todo o mundo enquanto você está aqui lendo. Pense em quantos não chegaram a ser adultos. Em quantos passaram fome. Em quantos serão pessoas ruins ou boas. Tente, você consegue. Olhe o mundo todo em sua mente. Ele não pára. Em algum lugar, em qualquer hora, tem sempre alguém fazendo alguma coisa. Agora pense nos milhares que estão morrendo nesse exato momento. Pelos mais diversos motivos, milhares morrem enquanto você esta aqui lendo. Vamos diminuir o pensamento. Pense nas pessoas que você ama. Pense ate mesmo nas que você odeia. Tente ver em sua mente o que cada uma delas faz nesse momento. Você é o centro de todos. Você está aqui parado e todos que você conhece estão em sua volta. Fazendo alguma coisa. Pense naquele amigo que há um bom tempo que você não o encontra. Sabe onde ele está? Consegue imaginar ele em algum lugar? Você sabe se ele está bem? Pense na vida de cada um deles, o que elas fazem nesse momento? Vamos diminuir uma última vez o pensamento. Pense em você. Pense em você desde a primeira recordação que você tem de sua infância. Compare com você agora. Veja como está diferente. Você cresceu, mudou, aprendeu, esqueceu, se expandiu, envelheceu.Agora vamos imaginar o nosso futuro. Vamos estudar, ter um emprego bom, ter uma família feliz... Mas isso não acontece com todos. Então vamos pensar uma coisa que acontece com todos, a morte. Esse é o final de todos os que imaginamos até agora. Pense no mundo sem você. Se exclua do mundo. Você agora só observa as pessoas que te amam a sua volta. Mas você não está mais ali. Muitos choram. O seu tempo aqui acabou. Pense na vida das pessoas que você ama, sem você ali. O que elas fazem? Pense na sua caixa postal cheia, sem ter alguém pra ler os e-mails. Pensa nas cartas que você deixará de ler. Pense nos telefonemas que não serão atendidos. Pense no seu quarto vazio. Suas coisas jogadas ainda pelo chão. Pensa naquela roupa que você comprou e ainda nem usou. Consegue ver a tristeza no rosto de quem te ama enquanto pensa em você em uma noite de solidão? Pense nos compromissos que você não estará presente. Pense em tudo que você aprendeu, nas coisas que só você viu, nas coisas que só você sabe. Agora tudo se perdeu. Você deixa de ser um número em uma pessoa, deixa de ser um número de RG e passa a ser um nome em uma pedra. Acabou. Tudo que você conhece está trancado com você em um cofre de madeira e por mais valioso que seja o seu conhecimento, ninguém tem como tira-lo desse cofre frágil. Tudo se apagou. Pense que isso pode não estar longe, afinal ninguém sabe quando esse fim pode chegar. Pode estar ali do outro lado da rua em uma pequena tampa de garrafa que vai te fazer escorregar. Pode estar na ferrugem que o tempo traz a nossas engrenagens.É isso! Somos apenas relógios. Cada um com seu tempo, cada um com seu modo de aproveitar os segundos mórbidos. A cada segundo morremos mais. Quando nascemos, já estamos morrendo. O que vem depois é difícil saber com certeza. A única certeza que temos é a do agora, do presente. Você não tem tempo de brigar, se magoar, magoar a outros. Você não tem tempo de se dar ao luxo de se achar melhor que ninguém. Somos todos relógios com o mesmo fim. Sei que é mórbido demais pensar assim. Mas isso nos faz lembrar que temos pouco tempo e que esse tempo tem que ser melhor aproveitado. Não deixe de fazer o que gosta, não faça o que odeia. Não minta, a vida é curta demais para se perder tempo justificando uma mentira. Diga que ama sempre, todos os dias, por que um dia não poderá dizer nada. Não discrimine quem é diferente de você. Todos têm o mesmo final, do mesmo jeito. Afinal somos apenas relógios gastando nossa pequena fração de tempo que pode acabar a qualquer momento.
Nota: Esse texto foi escrito na madrugada do dia 2 de fevereiro de 2007, no mesmo dia e horário que sem eu saber, meu amigo Jackson falecia afogado na Cidade de Macaé. Abraços Jacó! Espero te ver em breve...
Eu gostaria que à medida que fosse lendo, parasse e pensasse, tentando escutar o silêncio a sua volta.
Já parou por um minuto pra tentar ouvir a vida? Vamos tentar fazer isso. Enquanto você lê este texto, tente imaginar quantas pessoas existem no mundo. Tente imaginar o que cada uma está fazendo nesse exato momento. Pense em quantas pessoas estão nesse momento trabalhando. Feche os olhos e imagine uma rua muito movimentada com carros passando de um lado pro outro, pessoas andando com pressa para todas as direções, cada um com seu pensamento, cada um com suas obrigações e responsabilidades, cada um com sua vida. Agora imagine quantas pessoas estão se amando no mundo. Feche os olhos mais um pouco e viaje por cima dos prédios olhando as janelas. Veja um casal se amando e dando inicio ao que daqui a nove meses será uma pessoa. Agora imaginem milhares de casais fazendo o mesmo. Pense nos milhares de bebês que estão nascendo em todo o mundo enquanto você está aqui lendo. Pense em quantos não chegaram a ser adultos. Em quantos passaram fome. Em quantos serão pessoas ruins ou boas. Tente, você consegue. Olhe o mundo todo em sua mente. Ele não pára. Em algum lugar, em qualquer hora, tem sempre alguém fazendo alguma coisa. Agora pense nos milhares que estão morrendo nesse exato momento. Pelos mais diversos motivos, milhares morrem enquanto você esta aqui lendo. Vamos diminuir o pensamento. Pense nas pessoas que você ama. Pense ate mesmo nas que você odeia. Tente ver em sua mente o que cada uma delas faz nesse momento. Você é o centro de todos. Você está aqui parado e todos que você conhece estão em sua volta. Fazendo alguma coisa. Pense naquele amigo que há um bom tempo que você não o encontra. Sabe onde ele está? Consegue imaginar ele em algum lugar? Você sabe se ele está bem? Pense na vida de cada um deles, o que elas fazem nesse momento? Vamos diminuir uma última vez o pensamento. Pense em você. Pense em você desde a primeira recordação que você tem de sua infância. Compare com você agora. Veja como está diferente. Você cresceu, mudou, aprendeu, esqueceu, se expandiu, envelheceu.Agora vamos imaginar o nosso futuro. Vamos estudar, ter um emprego bom, ter uma família feliz... Mas isso não acontece com todos. Então vamos pensar uma coisa que acontece com todos, a morte. Esse é o final de todos os que imaginamos até agora. Pense no mundo sem você. Se exclua do mundo. Você agora só observa as pessoas que te amam a sua volta. Mas você não está mais ali. Muitos choram. O seu tempo aqui acabou. Pense na vida das pessoas que você ama, sem você ali. O que elas fazem? Pense na sua caixa postal cheia, sem ter alguém pra ler os e-mails. Pensa nas cartas que você deixará de ler. Pense nos telefonemas que não serão atendidos. Pense no seu quarto vazio. Suas coisas jogadas ainda pelo chão. Pensa naquela roupa que você comprou e ainda nem usou. Consegue ver a tristeza no rosto de quem te ama enquanto pensa em você em uma noite de solidão? Pense nos compromissos que você não estará presente. Pense em tudo que você aprendeu, nas coisas que só você viu, nas coisas que só você sabe. Agora tudo se perdeu. Você deixa de ser um número em uma pessoa, deixa de ser um número de RG e passa a ser um nome em uma pedra. Acabou. Tudo que você conhece está trancado com você em um cofre de madeira e por mais valioso que seja o seu conhecimento, ninguém tem como tira-lo desse cofre frágil. Tudo se apagou. Pense que isso pode não estar longe, afinal ninguém sabe quando esse fim pode chegar. Pode estar ali do outro lado da rua em uma pequena tampa de garrafa que vai te fazer escorregar. Pode estar na ferrugem que o tempo traz a nossas engrenagens.É isso! Somos apenas relógios. Cada um com seu tempo, cada um com seu modo de aproveitar os segundos mórbidos. A cada segundo morremos mais. Quando nascemos, já estamos morrendo. O que vem depois é difícil saber com certeza. A única certeza que temos é a do agora, do presente. Você não tem tempo de brigar, se magoar, magoar a outros. Você não tem tempo de se dar ao luxo de se achar melhor que ninguém. Somos todos relógios com o mesmo fim. Sei que é mórbido demais pensar assim. Mas isso nos faz lembrar que temos pouco tempo e que esse tempo tem que ser melhor aproveitado. Não deixe de fazer o que gosta, não faça o que odeia. Não minta, a vida é curta demais para se perder tempo justificando uma mentira. Diga que ama sempre, todos os dias, por que um dia não poderá dizer nada. Não discrimine quem é diferente de você. Todos têm o mesmo final, do mesmo jeito. Afinal somos apenas relógios gastando nossa pequena fração de tempo que pode acabar a qualquer momento.
Nota: Esse texto foi escrito na madrugada do dia 2 de fevereiro de 2007, no mesmo dia e horário que sem eu saber, meu amigo Jackson falecia afogado na Cidade de Macaé. Abraços Jacó! Espero te ver em breve...

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