Dois anos... Há um ano atrás aprendia a andar. Hoje por achar que domina melhor os passos, já começa a correr. Com a velocidade e a empolgação acabam vindo os tombos. Nada grave por enquanto. Apenas alguns arranhões que logo irão curar já que ainda é novo e se recupera rápido das fissuras. Mal sabe ele que a vida não vai ser sempre assim. Daqui algumas décadas o tempo o deixara frágil. Os ossos de sua estrutura não serão mais os mesmos. Até os pequenos arranhões demorarão mais tempo para curar.
Há um ano atrás ainda não falava. Mesmo sem saber falar, conseguia o que queria. Hoje já consegue formular frases. Aprendeu que tem horas que mesmo sabendo falar, é preciso ficar quieto. Descobriu que se comunicar não é fácil. Às vezes é mal interpretado. Às vezes interpreta mal. Outras vezes não entende nada. Nota como era fácil se comunicar antes de saber falar. Bastavam poucos sons para provocar um sorriso. Alias, qualquer som que fazia era motivo pra sorrisos. Bastava um sorriso pra saber que estava bem ou não. Hoje é preciso falar. Cala-se, logo acreditam que não esta bem. É difícil falar. Mal sabe ele que ainda falta muito pra aprender. Muitas palavras pra conhecer. Muitas razões pra se falar e outras muitas pra se calar.
O futuro desse que hoje começa a sua caminhada vai ser difícil. Por volta dos seus quinze anos, ficará entediado. A rotina vai começar a chatear. Vai parecer que ninguém o entende. Logo um conflito de personalidades vai surgir. Será uma fase difícil. Mas será também necessária para a sua formação adulta.
Quando adulto, trabalhará firme para se manter. A vida é dura. Precisará manter uma casa. Precisará alimentar os filhos. Muitos problemas virão e nessa fase vai saber o quanto foi importante aprender a falar. Mais ainda, aprender a conversar. Logo a conversa será tudo. Pois a vida adulta passará e começará a envelhecer.
Na velhice irá se lembrar de como seus ossos eram fortes quando ainda tinha dois anos. É tempo de recordar. De alimentar o presente, lembrando-se do passado. Será nostálgico, Será maduroO mais importante em toda vida deste que começa a correr agora, serão as duas pessoas que o acompanham. Estes serão os principais responsáveis pela força que ele vai ter. Serão responsáveis por levantá-lo quando cair. Terão que cuidar de seus arranhões. Terão que passar noites acordados velando seu sono. Ensinarão-lhe a ter personalidade, responsabilidade e sinceridade. Os dois, mais que colaboradores, são os mais interessados em vê-lo crescer com saúde, com caráter, forte e educado. Afinal, o amor, sem os amantes, nada é.
Quantas vezes começamos a gostar de alguém, começamos a admirar alguém e quando menos percebemos estamos apaixonados. Daí em diante é uma loucura, a pessoa não sai da cabeça, o estômago roda, a fome passa, nos trancamos no quarto e sofremos. Às vezes a pessoa nem sabe que existimos. Às vezes sabe e faz questão de ignorar. Outras vezes sabe e usa isso com um jogo.
Acredito que na vida nós apaixonamos muitas vezes, por muitas pessoas e ate várias vezes pela mesma pessoa. Mas isso é amor? O Amor, aquele verdadeiro, nós faz sofrer? Não. Com certeza o amor verdadeiro não nos faz sofrer. Ele nos faz fortes. Ele alimenta nosso espírito. Faz andarmos com um sorriso lindo no rosto. Qualquer coisa é menor que o verdadeiro amor.
Mas como saber se é verdadeiro?
O amor é verdadeiro quando é correspondido. Quando a pessoa que amamos, nos ama de forma igual. Quando ambos não vivem mais para si próprios, mas sim em prol da felicidade do outro. É amor quando você acorda de manhã, olha a pessoa ao seu lado, toda amarrotada e mesmo assim sorri vendo como é bela, como dorme como uma criança. E quando menos se espera, você está com um sorriso esboçado no rosto completamente involuntário. É amor quando a pessoa amada se preocupa com você. Quando perde noites de sono, preocupada se você está bem. É amor, quando você se sente livre. Quando você é feliz por fazer uma pessoa feliz.
Amor é troca. Um dá o outro devolve em dobro. Sem remorso, sem culpa, sem obrigação.
Achar um amor assim não é fácil. Estamos sempre procurando o nosso benefício. Nessa busca egoísta, muitas vezes anulamos quem poderia nos dar amor. Outras vezes fazemos com que essa pessoa se afaste. Sempre estamos preocupados com a nossa tristeza. Sempre procuramos alguém que nos faça bem e nunca alguém para que o façamos bem.
O amor, o verdadeiro amor, só vai se manifestar, quando conseguirmos esquecer o nosso sofrimento e começarmos a pensar nos dos outros.
Quanto mais se procura, se caça, mas longe ficamos do verdadeiro amor. Ninguém ama porque quer. Aliás, ninguém nem se apaixona porque quer. As coisas acontecem. Mas o amor se manifesta na alegria, que leva a paixão, que correspondida nos leva ao amor. Pro amor acontecer temos que estar dispostos a nós doar e reconhecer que está recebendo o mesmo de volta. A paixão é egoísta, só quer pra si própria, só visa os seus interesses. É fogo que queima. É loucura. È estado de êxtase. O amor é passivo, é delicado, é carinhoso, é eterno. Se apaixonar é bom. Mas amar é sublime. Por que amor, “é quando a gente mora um no outro”.
Saudade. Que sentimento complicado. Com é difícil sentir saudade. A cada palavra, ato, música ou perfume, entre outras coisas, ela se faz presente. Saudade é tão complicado de se definir que não existe nem tradução pra outras línguas. Saudade é pura e simplesmente saudade, sem definição, sem o por quê de ser. É só saudade e ponto. Tão difícil de se definir é sentir. Dá uma vontade de chorar e rir ao mesmo tempo. É uma mescla de alegria e tristeza. Sem falar naquela dor no peito, aquele nó na garganta, uma vontade enorme de voltar no tempo ou fazer o tempo passar mais rápido.
É possível sentir saudade de tudo. Saudade dá época de infância, quando brincávamos, corríamos, fazíamos travessuras imensuráveis. Saudade de um lugar que pode ser aquela praia que você amava tanto ir ou o sítio do avô se for os dois juntos a saudade é bem maior. Saudade do primeiro dia de aula, primeira escola, primeira professora. Saudades também daquele cachorrinho que você teve quando criança. Mas o que nos traz mais saudades, são as pessoas. Não sentiríamos saudades de lugar nenhum nem de nada se não existissem as pessoas. Podemos ate não nos lembrar das pessoas que estavam conosco na praia, no sitio, na escola, mas a saudade é possível por que essas pessoas estavam lá. Se a praia fosse deserta? Se o sítio fosse só um sitio? Se não houvesse ninguém na escola? Do que íamos sentir saudade?
Podemos concluir que, o que nos faz sentir saudade, são na verdade as pessoas. Em alguns casos isso é bem claro. Perder uma pessoa que gostamos é uma coisa difícil demais. Seja pra vida ou para a morte, a saudade machuca muito. Infelizmente mais cedo ou mais tarde alguém sempre acaba indo embora e o que fica é a saudade. Começamos e lembrar de momentos felizes e acabamos chorando. Ou encontramos um insignificante fio de cabelo em um pente e um sorriso tímido e involuntário se desenha no rosto, isso também é a saudade, a gente suspira, para por alguns momentos olhando o fio de cabelo e volta no tempo. O coração dói, mas o rosto sorri. É não é fácil esse negocio de saudade. Quando se perde uma pessoa, ou esta mesma pessoa está longe, sofremos com a presença na ausência. Difícil entender? Acho que não. Quem nunca ficou deitado, chorando e imaginando a pessoa querida chegando? Quem nunca se deitou e sentiu a pessoa que queria perto. É como se um fantasma estivesse ficado no lugar da pessoa. Você é capaz de vê-la sem ela estar presente. Capaz de senti-la sem tocar. Isso é saudade.
Quem disse que sentir saudade é bom, não sabia o que dizia. Saudade machuca, maltrata, deixa maluco, cabisbaixo. Mas pior que sentir saudade, é não ter do quê sentir saudade. Se sentimos saudade é porque algo foi bom, é porque algo marcou, é porque faz falta. Sentir saudade é viver. É sinal que valeu a pena estar aqui nesse mundo. Sinal que nem tudo foi em vão.
Agora, o bom mesmo, é matar a saudade. Que crime gostoso. Crime sem culpa, maravilhoso. Nesse momento, some a tristeza, ficando só a alegria. Aí é possível definir o que é saudade: Misto de sentimentos fortes de opostos, alegria e tristeza. Mistura melancólica e explosiva. Não sentir saudade é impossível! O que podemos fazer é nos alegrarmos mais, assim a saudade vai ainda existir, mas com o seu nível de tristeza menor, deixando a alegria dos momentos bons dominar. Temos que ser alquimistas dos nossos sentimentos, deixar o que é bom predominar desequilibrando assim a fórmula dessa droga viciante, maluca, dolorosa e às vezes até gostosa, que se chama saudade.
Hoje fiquei um pouco pensativo sobre a vida na verdade sobre o fim da vida. Como sempre procuro fazer quando pensamentos insistentes me afligem, eu escrevo. Transformo meus pensamentos em palavras e agora não poderia ser diferente.
Eu gostaria que à medida que fosse lendo, parasse e pensasse, tentando escutar o silêncio a sua volta.
Já parou por um minuto pra tentar ouvir a vida? Vamos tentar fazer isso. Enquanto você lê este texto, tente imaginar quantas pessoas existem no mundo. Tente imaginar o que cada uma está fazendo nesse exato momento. Pense em quantas pessoas estão nesse momento trabalhando. Feche os olhos e imagine uma rua muito movimentada com carros passando de um lado pro outro, pessoas andando com pressa para todas as direções, cada um com seu pensamento, cada um com suas obrigações e responsabilidades, cada um com sua vida. Agora imagine quantas pessoas estão se amando no mundo. Feche os olhos mais um pouco e viaje por cima dos prédios olhando as janelas. Veja um casal se amando e dando inicio ao que daqui a nove meses será uma pessoa. Agora imaginem milhares de casais fazendo o mesmo. Pense nos milhares de bebês que estão nascendo em todo o mundo enquanto você está aqui lendo. Pense em quantos não chegaram a ser adultos. Em quantos passaram fome. Em quantos serão pessoas ruins ou boas. Tente, você consegue. Olhe o mundo todo em sua mente. Ele não pára. Em algum lugar, em qualquer hora, tem sempre alguém fazendo alguma coisa. Agora pense nos milhares que estão morrendo nesse exato momento. Pelos mais diversos motivos, milhares morrem enquanto você esta aqui lendo. Vamos diminuir o pensamento. Pense nas pessoas que você ama. Pense ate mesmo nas que você odeia. Tente ver em sua mente o que cada uma delas faz nesse momento. Você é o centro de todos. Você está aqui parado e todos que você conhece estão em sua volta. Fazendo alguma coisa. Pense naquele amigo que há um bom tempo que você não o encontra. Sabe onde ele está? Consegue imaginar ele em algum lugar? Você sabe se ele está bem? Pense na vida de cada um deles, o que elas fazem nesse momento? Vamos diminuir uma última vez o pensamento. Pense em você. Pense em você desde a primeira recordação que você tem de sua infância. Compare com você agora. Veja como está diferente. Você cresceu, mudou, aprendeu, esqueceu, se expandiu, envelheceu.Agora vamos imaginar o nosso futuro. Vamos estudar, ter um emprego bom, ter uma família feliz... Mas isso não acontece com todos. Então vamos pensar uma coisa que acontece com todos, a morte. Esse é o final de todos os que imaginamos até agora. Pense no mundo sem você. Se exclua do mundo. Você agora só observa as pessoas que te amam a sua volta. Mas você não está mais ali. Muitos choram. O seu tempo aqui acabou. Pense na vida das pessoas que você ama, sem você ali. O que elas fazem? Pense na sua caixa postal cheia, sem ter alguém pra ler os e-mails. Pensa nas cartas que você deixará de ler. Pense nos telefonemas que não serão atendidos. Pense no seu quarto vazio. Suas coisas jogadas ainda pelo chão. Pensa naquela roupa que você comprou e ainda nem usou. Consegue ver a tristeza no rosto de quem te ama enquanto pensa em você em uma noite de solidão? Pense nos compromissos que você não estará presente. Pense em tudo que você aprendeu, nas coisas que só você viu, nas coisas que só você sabe. Agora tudo se perdeu. Você deixa de ser um número em uma pessoa, deixa de ser um número de RG e passa a ser um nome em uma pedra. Acabou. Tudo que você conhece está trancado com você em um cofre de madeira e por mais valioso que seja o seu conhecimento, ninguém tem como tira-lo desse cofre frágil. Tudo se apagou. Pense que isso pode não estar longe, afinal ninguém sabe quando esse fim pode chegar. Pode estar ali do outro lado da rua em uma pequena tampa de garrafa que vai te fazer escorregar. Pode estar na ferrugem que o tempo traz a nossas engrenagens.É isso! Somos apenas relógios. Cada um com seu tempo, cada um com seu modo de aproveitar os segundos mórbidos. A cada segundo morremos mais. Quando nascemos, já estamos morrendo. O que vem depois é difícil saber com certeza. A única certeza que temos é a do agora, do presente. Você não tem tempo de brigar, se magoar, magoar a outros. Você não tem tempo de se dar ao luxo de se achar melhor que ninguém. Somos todos relógios com o mesmo fim. Sei que é mórbido demais pensar assim. Mas isso nos faz lembrar que temos pouco tempo e que esse tempo tem que ser melhor aproveitado. Não deixe de fazer o que gosta, não faça o que odeia. Não minta, a vida é curta demais para se perder tempo justificando uma mentira. Diga que ama sempre, todos os dias, por que um dia não poderá dizer nada. Não discrimine quem é diferente de você. Todos têm o mesmo final, do mesmo jeito. Afinal somos apenas relógios gastando nossa pequena fração de tempo que pode acabar a qualquer momento.Nota: Esse texto foi escrito na madrugada do dia 2 de fevereiro de 2007, no mesmo dia e horário que sem eu saber, meu amigo Jackson falecia afogado na Cidade de Macaé. Abraços Jacó! Espero te ver em breve...
Aquele jovem rapaz havia voltado ao seu lugar de origem. Mas nada era como antes, tudo lhe parecia mudado. Ele não sabia exatamente o que havia mudado, mas tinha certeza que nada era como antes.
Mas nada havia mudado. Tudo estava como sempre esteve. As crianças brincavam na rua, os velhos as esperavam sair da escola pra brigar com elas caso pisassem no jardim, o vento soprava como sempre, pessoas iam e vinham sem pressa, até sua casa estava como havia deixado. Então o que mudara?
O jovem mudara. Ele não era mais o mesmo. O mundo distante de casa o fez mudar. Tudo estava como antes, apenas ele mudara. Via coisas que jamais tinha prestado atenção antes. Nunca reparou como o sol no final da tarde trazia um tom dourado às casas, nunca notou a paz que existia nesse momento. Nunca notou como a terra embaixo dos seus pés descalços era fresca. Jamais havia notado aquele cheiro de final de dia. O cheiro da janta saindo pelas frestas das casas. Até o cheiro de casa era relaxante, empolgante e aconchegante. Havia tempos que ele não tinha todas estas sensações e a falta delas por um longo período fez aguçar a sua percepção.
Ele sentara na calçada como fazia antes, mas agora tudo era diferente. Via as pessoas vivendo sempre do mesmo jeito, seguindo uma rotina interminável. Ele sentira a nostalgia ao lembrar que há alguns anos ele também estava ali sentado lendo um livro e vendo o dia passar. Não sabia o que era o mundo e não pensava nisso. Apenas vivia a sua rotina interminável assim como as pessoas que ele observa agora.
Ele tenta lembrar o que o fez mudar. Entre as lembranças, ele encontra medos e sofrimentos que o machucaram. Vontades e desejos que o fizeram querer deixar tudo o que vivera ate então e começar uma vida nova. Uma vida diferente. Uma vida sofisticada em uma cidade grande. Talvez o medo de ficar naquele paraíso infernal pra sempre tenha quebrado a sua rotina e o tenha feito mudar...
Jamais estamos satisfeitos. O medo da rotina nos faz mudar. O medo de sermos como nossos pais nos faz querer sair e mudar.
Durante um certo tempo essa vontade de mudar por medo de ser o que é pra sempre, fica só na vontade. Mas quando as asas crescem, pulamos da beira do abismo e batemos as asas ao máximo pra não nos espatifarmos no chão da decepção.
Corremos, lutamos, trabalhamos. Por medo mudamos e passamos a ser menos sensíveis. Se temos medo do monstro do armário, nos tornamos o próprio monstro, assim não temos mais do que ter medo.
Mudamos. E mudando nos tornamos aquilo que tínhamos medo de ser. Aquele jovem sentiu saudade do que ele era antes. Embora mudasse pra fugir dos seus medos, ele se deu conta de que o bom é sentir medo. Ser o monstro do armário não tem graça. Não se dorme olhando por uma brechinha no cobertor vigiando o armário. Não foge mais pra cama dos pais. Agora ele é o monstro e não tem a adrenalina de sentir medo. Sente saudades dos tempos que era só uma criança correndo na rua como as que ele observa agora. Cada uma com seu medo. Mas cada uma, muito mais feliz que o monstro do armário.
É, este blog tem andado meio devagar... Mas tem me faltado inspiração pra escrever, ta bem eu confesso que estive com preguiça...
Mas ontem me veio a melhor de todas as inspirações, o Amor!
Conversando com minha noiva, ela me disse que ganhara de sua mãe um livro que era lindo, falava de amor. O título do livro é “O Dom Supremo” é uma adaptação de Paulo Coelho, do sermão “The Greatest Thing in the World” de Henry Drummond, este que por sua vez largou tudo pra correr o mundo atrás do verdadeiro objetivo da vida e o tal sermão é baseado na famosa epístola de Paulo aos Coríntios: “Se eu falar em línguas de homens e de anjos, mas não tiver amor... nada sou...”.
Ao chegar no serviço o assunto era o mesmo. Estavam conversando sobre a história de vida de um colega de trabalho que deixou a esposa e se casou com a cunhada por que a amava.
Foram esses acontecimentos que me fizeram escrever hoje sobre o amor.
Passamos a vida toda correndo atrás desse sentimento, muitos têm tido a sorte de encontrá-lo outros morrem tentando. Outros são capazes de matar por amor. Tudo bem, muitos vão me dizer que quem ama não mata, eu discordo em parte, como já comentei antes, “nós sempre destruímos aquilo que amamos” .
Sempre que me perguntavam sobre o melhor e o pior sentimento, a resposta era a mesma, “O Amor”. Eu realmente acredito nisso. O amor é um sentimento muito forte e quando se ama de forma “errada” isso se torna perigoso. Como dizia Ernesto Guevara de la Serna, “Um revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor...”. Cada individuo ama de uma certa forma, como não existem duas pessoas idênticas no mundo, logo, cada um amará diferente do outro.
Muitos dos conflitos existentes hoje em dia ou mesmo na historia da humanidade foi causado por pessoas que amavam coisas diferentes ou ate mesmo a mesma coisa a ponto que quererem com um certo afinco a sua dominação.
Seria difícil relacionar todos os sofrimentos que o excesso de amor já causou nesse mundo. Mas existe o lado bom do amor. Muitas pessoas ajudam umas as outras, são solidárias e pacíficas por que amam aos seus semelhantes. Muitas vivem a vida toda em prol de espalhar o amor e são felizes fazendo isso.
O amor é realmente um sentimento inexplicável. Nos faz perder a noção de tempo, espaço, de certo ou errado. Nos faz amar o que nunca achávamos possível amarmos. Que bom que é assim. Se não fosse inexplicável não seria amor.
Devemos esperar e não só esperar, mais lutar pra que o amor “bom” seja espalhando. Que amemos a todos a nossa volta com o amor que Paulo se referia, aquele que cobre uma “multidão de pecados”. Meu conselho é: Ame sempre! Mas ame a pessoa que se encontra ao seu lado e não a você mesmo, por que isso apesar de ser amor, é prejudicial, por que dá origem ao egoísmo. Ame as pessoas não suas idéias, as idéias mudam a pessoa vai ser sempre a mesma. E a regra básica é: “Ame ao próximo com a você mesmo” mesmo que o próximo não te ame da mesma forma, afinal, “O amor suporta todas as coisas...”.
Estou colérico com uma notícia que li esta semana. O tablóide dizia mais ou menos assim:
“Os candidatos a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) estimaram gastos de R$ 174 milhões na campanha eleitoral. O maior custo de campanha será do PT pela reeleição de Lula. A previsão do partido é gastar R$ 89 milhões, enquanto a de Alckmin é de R$ 85 milhões”.
É realmente uma coisa anômala. Porque alguém gastaria R$ 89 milhões pra ser presidente de uma nação se o salário não chega a R$ 10 mil? E isso são os valores declarados. Ainda temos os tais “caixas-dois”, que só tem seu valor declarado se tiver CPI...
É inominável a situação política do país. Ouvimos a todo o tempo que pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, que crianças são exploradas pra sustentar a família, pessoas se amontoam em posto de saúdes e hospitais a procura de atendimentos, muito morrem na porta dos mesmos. A educação no país é outro problema. Faculdades em greve, outras em estados deploráveis de manutenção, caem aos pedaços. Criam cotas para tentar combater a desigualdade social e com isso aumentam a sensação de diferença racial. Diversos programas são viabilizados, todos com a promessa de diminuir o analfabetismo e aumentar a chances de uma pessoa ter uma faculdade. Professores ganham mal, conseqüentemente ensinam da mesma maneira...
Será que isso tudo acontece por falta de dinheiro? Acredito que não.
Os cofres públicos servem de “play grounds” para crianças de terno e gravata. Se gasta uma fortuna com compras superfaturadas, compras de votos, favores pessoais etc. As irregularidades crescem assustadoramente a cada dia que passa. Agora até a vaga de candidato a presidente da republica está à venda, como vimos acontecer esta semana.
Como pode alguém gastar 89 milhões de reais pra fazer uma campanha? Pra distribuir panfletos e santinhos? Qual o objetivo disso?
Sou incapaz de acreditar que alguém jogue fora R$ 89 milhões, ou melhor, R$ 174 milhões se somarmos os dois candidatos. Podemos deduzir então que isso é apenas um pequeno “investimento”, que o lucro que vem depois é bem maior, bem mais volumoso.
Acho que todo este dinheiro, não só esse, mais também os que são desviados por aí, deveriam ser empregados em escolas, faculdades e em centros de pesquisa. Com isso o número de vagas aumentaria e não seria preciso existir cotas, greves e prédios sem condições de uso, servindo como faculdades. Aumentar o salário dos professores para que possam ensinar com orgulho e ter orgulho de ensinar.Resolver o problema é impossível, mas podemos pensar melhor antes de ajudar esses políticos a nos assaltar...